Eles vão ter que se acostumar com a presença feminina na política.

 

Tabata Amaral, Talíria Petrone, Erica Malunguinho, Isa Penna, Renata Souza… 77 mulheres deputadas federais e 161 mulheres deputadas estaduais. O número de mulheres eleitas está crescendo e quando a representatividade política cresce, estimulamos o engajamento político de muitas outras.

 

Uma menina que cresce vendo apenas homens atuando na política, ou perde o interesse por não se ver representada e passa associar o espaço aos homens, ou se torna uma grande feminista com fome de mudança – o que não é ruim. Mas uma menina que cresce vendo mulheres em ambientes políticos, se sente estimulada a entrar para o ramo devido a representatividade e espelho, não devido a ausência.

 

Há muito tempo, a política esteve atrelada a imagem de um homem, mais especificamente branco e privilegiado, devido a história do país. O Brasil sempre teve leis que restringiam a participação política, da colonização à República Velha. Tornando exclusiva desde para linhagens da família real [império], até comprando os votos da população carente [voto de cabresto] ou estipulando renda mínima para o direito de voto [voto censitário].

 

Entretanto, o homem permanecia em vantagem quando comparado às mulheres, excluídas até 1934, quando a constituição de Getúlio Vargas cedeu o direito de voto às mulheres. Apenas 84 anos atrás, isso é uma geração familiar, ou seja, sua mãe pode ter vivido esse momento histórico para o Brasil.

 

Se o voto da mulher é tão recente, uma novidade para a sociedade brasileira, imagina a pressão da oposição sobre as que decidem se candidatar para um cargo. Mais além, imagina para as que se elegem. É muita pressão.

 

Mesmo assim, já devem ter notado que somos mais fortes que as oposições e justamente por isso o número de mulheres na política tem crescido. Mas alguns tem demorado para se adaptar a esse crescimento e tem tentado nos sabotar. É filho de deputado ocupando apartamentos funcionais e até guardas barrando mulheres em espaços delas – “Essa área é restrita para deputados” foi o que disse um segurança para a deputada Renata Souza.

 

Acontece que não vamos deixar que nos barrem, não vamos deixar que nos sabotem ou que nos diminuem. Precisamos e iremos ser mais fortes para sobressair a opressão. Como fazemos isso? Elegendo mulheres, apoiando candidaturas femininas, alavancando a voz de quem já está no sistema e denunciando o que está fora das normas de conduta.

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