Espero que não seja o seu caso, mas talvez você se sinta ingrata por não pular da cama empolgada para trabalhar. Afinal, mesmo em meio à crise, você ainda tem um emprego.
Se as estatísticas servirem de consolo, saiba que você não está só. Uma pesquisa da Isma Brasil (International Stress Management Association), feita com 1034 profissionais ativos de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, revelou que 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho.
Dentre elas, 89% apontam a questão do reconhecimento, 78% culpam o excesso de tarefas e 63% atribuem a insatisfação aos problemas de relacionamento.
Como o problema dos outros também pode ser o seu, montei um roteiro de perguntas para ajudar você a desvendar o que está por trás dessas três queixas.
1. Reconhecimento
Tem a ver com a percepção do seu valor pessoal. A forma mais tangível dele é o salário. Mas de que adianta ser bem remunerada e ter um chefe que só aponta os seus pontos fracos? Ou receber bombons por ter feito hora extra, e continuar ganhando 30% menos que colegas com a mesma qualificação e função?
Se você sente que não está sendo recompensada material e emocionalmente,responda essas duas perguntas com o máximo de sinceridade:
Você dá o seu melhor?
Muitas vezes, a recompensa não vem porque não estamos colocando energia no que fazemos. O especialista em felicidade no trabalho Marcus Buckingham explica que operamos no automático quando nossos talentos são subaproveitados .
Pode ser que você esteja exercendo uma função em que o seu limite é ser mediana; trate de buscar uma em que possa ser excepcional! Uma vez cobiçada pelo mercado, a empresa só vai ter uma opção: valorizar você.
Você se promove?
Você está na função certa e apresentando resultados inscríveis, mas talvez se esqueça de jogar luz sobre eles. Acredite: fazer marketing pessoal não é feio; contar história triste para conseguir um aumento, sim.
Por isso, conte aos colegas a conquista de um grande cliente e relembre o chefe de quanto dinheiro você trouxe ou evitou que saísse da empresa no último ano. Em breve, você vai ver a diferença no tratamento em forma de prestígio, premiação ou direto no contracheque .
2. Excesso de tarefas
Tem a ver com a percepção do quanto você dá conta. Com o enxugamento das equipes, é possível que você esteja sobrecarregada, mas talvez haja algo que possa fazer em relação a isso. Comece respondendo:
Você delega?
Às vezes, perdemos de vista as prioridades e queremos controlar tudo. Só que, ao microgerenciar, tiramos do outro a chance de aprender e, de nós, a chance de viver! Suas tarefas são as que estão no seu job description. Pare de se desgastar com as purpurinas.
Você faz o que gosta?
Todo trabalho tem partes chatas, mas quando a visão do todo é linda, você encara tudo com leveza. A média dos seus dias trabalhando tem que ser como o lazer: se você não perde a noção da hora, é porque a sua energia está sendo mais drenada que recarregada.
Repense a sua escolha profissional e veja se um hobby pode se tornar, a partir de um bom Plano, uma atividade remunerada.
3. Relacionamento
Tem a ver com o sentimento de pertença. Mesmo as pessoas que funcionam melhor sozinhas são gregárias em algum nível. Se, no trabalho, você sente que não tem a sua turma, é hostilizada ou cercada de idiotas, será que:
Os valores dos colegas, do líder e da empresa são semelhantes aos seus?
Todo mundo pergunta o que a gente faz e nunca o que a gente não faz… Acontece que a nossa identidade profissional também é definida pelo que não somos e pelo que nos recusamos a fazer. Se você trabalha com pessoas cujas condutas contrariam os seus princípios, programe o quanto antes a sua transição, nem que seja para recuar um passo no currículo.
É ingenuidade acreditar que, fazendo vista grossa hoje, quando tiver mais poder, vai liderar do seu jeito. A cada dia vivido em uma empresa da qual você não se orgulha, mais o nome dela se confunde com o seu sobrenome. E isso não tem como apagar da sua história.
Você está de bem com a sua sombra?
Quase sempre, o que nos irrita no outro revela o que nos irrita em nós mesmas. Invista em autoconhecimento. Conhecer os seus pontos cegos vai ajudar você a ter força para quebrar uma dinâmica viciada. Desarmando o outro, ambos crescem.
Agora que você já descobriu onde está o fio solto da sua carreira, só falta acreditar que a felicidade não é apenas um mérito, mas também um dever. Porque ninguém pode dar o melhor de si, vivendo para cobrir despesas ou contando os dias até o feriado. Como dizia a coach da Oprah, Maya Angelou, “se você não der certo, nada vai dar certo.”
Conta pra gente: qual é o seu Plano para dar certo na carreira?
Priscilla de Sá, te parabenizo pelo belíssimo texto que nos ajuda a ver onde está realmente o grande problema , e que temos a possibilidade de mudança a começar por nós mesmos. E sim, infelizmente este é o meu caso e o de tantos brasileiros que as estatísticas comprova .Pela pouca experiência de trabalho que tenho, escuto até hoje que grande parte das pessoas, e eu já estive inclusa nesta parte, passa a grande parte do dia no trabalho do que dentro de casa com a família, amigos, etc.. e por isso buscamos o devido reconhecimento e todos os aspectos colocados pela senhora e que de versas vezes não encontramos, isso me frustra, está falta de motivação, isso nos custa a própria felicidades profissional, apesar disto , igual a você, acredito que estamos aptos a mudança, basta acreditar.
“Só falta acreditar que a felicidade não é apenas um mérito, mas também um dever”