A ONU lançou este mês uma nova plataforma para que as empresas possam avaliar como estão suas políticas internas em relação à igualdade de gênero chamada WEP Gender Gaps Analysis Tool, que significa, Os Princípios de Empoderamento das Mulheres Ferramenta de Análise de Lacunas de Gênero.

A metodologia utilizada pela análise foi desenvolvida pelo Pacto Global das Nações Unidas em colaboração com a ONU Mulheres e o BID Invest, que é o braço de investimentos privados do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

De acordo com a Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas, já tem mais de 900 empresas usando a ferramenta em 92 países. O que mostra que tem empresas querendo atuar para a igualdade de gênero mas, sem dúvida, podemos melhorar esses número na promoção da equidade no mercado de trabalho.

 

A ferramenta

A autoavaliação é feita de forma voluntária, é bastante simples e garante a confidencialidade das empresas que participarem. A duração é de duas a três horas e empresas de todos os portes, grandes ou pequenas podem fazer.

O questionário tem 18 perguntas de múltipla escolha criadas a partir de boas práticas de empresas do mundo todo na promoção da equidade de gênero. As questão estão divididas em quatro áreas: liderança, ambiente de trabalho, comunidade e mercado. Entre os temas estão pagamento igualitário, recrutamento, apoio aos pais e cuidadores, saúde da mulher entre outros.

Depois de preenchido o questionário, a plataforma faz uma análise que identifica as áreas que precisam ser melhoradas e oportunidades para ações futuras.

 

 

“As empresas fazem seu próprio diagnóstico e podem se comparar com as médias. A plataforma nunca vai dar informações que permitam deduzir o nome da empresa, mas há relatórios que comparam por país, por setor etc. Além disso, estamos recomendando refazer esse diagnóstico anualmente, para que as empresas vejam se estão avançando ou não e o que mais precisa ser feito para obter resultados”. diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.

A preocupação com o tema é uma crescente, mesmo que, segundo Gasman, as empresas brasileiras ainda demonstrem pouco interesse na autoavaliação. Só nos últimos três anos, de acordo com Nadine, o número de empresas brasileiras preocupadas em falar sobre questões relacionadas ao empoderamento feminino, cresceu de 50 para 200.

O fato de termos estudos que indicam que ter mais mulheres na liderança e nos conselhos das empresas é não apenas a coisa certa a ser feita, mas também um negócio lucrativo, uma vez que companhias que investem na diversidade rentabilizam mais.

O investimento na igualdade não faz bem apenas às empresas, mas também à economia do país. Um estudo feito pelo Banco Mundial chamado “Mulheres, Empresas e o Direito 2018”, diz que a igualdade salarial entre homens e mulheres, poderia aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) mundial em 26%. Para o Brasil o aumento do PIB seria de 3,3, equivalente a R$ 382 bilhões.

As mulheres, de acordo com o IBGE, representam 51% da população brasileira, então, por que não vê-las ocupando espaços de liderança e recebendo salários iguais aos dos homens? Estamos lutando pelas próximas gerações para que a equidade de gêneros seja uma realidade e possamos aumentar a representatividade de mulheres em conselhos diretivos e na liderança das companhias.

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