Viajar é uma experiência transformadora e por que não pode ser também inclusiva? O Black Bird nasce com um desejo de trazer a diversidade para o mercado de turismo brasileiro

Por Luciana Paulino

Eu sou libriana. Dessas que passam horas sonhando acordada. Particularmente, eu amo sonhar com viagem. Vou onde a inspiração e a vontade de explorar e conhecer novas paixões me guiam.

 

Em certa altura da minha vida, o universo conspirou para que eu trabalhasse com o universo de viagens e fiz o trabalho de Relações Públicas para alguns produtos turísticos como a Suíça, Centro de Portugal, Visit Orlando e rede Meliá International Hotels,  foi quando comecei a conhecer o mercado de turismo mais a fundo e entender de fato como o turismo é uma importante ativo para a economia de um país.

 

No Brasil, além de termos um potencial turístico fantástico, somos um país que movimenta mais de 200 milhões de viagens domésticas e nossos turistas injetaram cerca de US$ 19 bilhões no turismo mundial, segundo dados recentes do Ministério do Turismo. E a grande pergunta é:

 

Qual é o percentual de turistas negros dentro desse universo?

 

Até o momento, o segmento de turismo brasileiro, seja de forma institucional com o Ministério do Turismo ou por meio de marcas que atuam no mercado, jamais investiram em pesquisas de mercado com um recorde racial, e hello! vivemos em um país onde 53,5 % da população se declara negra ou parda, de acordo com último levantamento do IBGE. Na publicidade a diversidade também não é levada em conta. Seja nas campanhas publicitárias, anúncios ou revistas do segmento de turismo, não há representatividade negra.

 

Foi nesse cenário que Guilherme Soares Dias e eu criamos o Black Bird, uma plataforma de turismo e representatividade que quer trazer um olhar inclusivo para o mercado de turismo brasileiro. O nosso Instagram é um oásis inspiracional, onde vamos apresentar alguns destinos sobre uma nova ótica. O nosso site, vai ao ar em fevereiro vai ser o espaço onde vamos compartilhar relatos de viagens, dicas práticas para viajantes e assuntos quentes

https://www.instagram.com/p/Bp4vObvHfxj/?utm_source=ig_web_copy_link

E para quem é da época da internet discada e lembra, assim como existia a Tia Augusta, aquela agência que era super tendência nos anos 90, que levava crianças de classe média para Disney World, o Black Bird também terá seu braço “Tia Augusta Wakanda” e vai organizar viagens pontuais para lugares especiais da cultura negra. Aliás vamos para Maceió em Abril?

 

A diversidade no turismo

 

Nos mercados internacionais, como os Estados Unidos a pauta da diversidade tem sido tratada não apenas como uma questão de justiça social, mas também com um olhar de descoberta de potências econômicas e criação de um mindset para fomentar novos mercados, este posicionamento tem apresentado resultados econômicos positivos: viajantes afroamericanos movimentaram cerca de U$ 48 bilhões por ano, segundo o Instituto Mandala, especializado em turismo.

 

Tal sucesso, se deve ao movimento conhecido como Black Travel Moment, que trouxe ao turista negro americano uma sensação de pertencimento. Alguns dos expoentes desse movimento são publicações como a Travel Noire, Nomadness Travel Tribe e Black & Abroad.

 

No Brasil, também temos iniciativas que tem pensado no turismo com um olhar mais inclusivo, como o Diáspora Black, uma plataforma virtual que articula em rede viajantes, o Bitonga Travel, formado apenas por mulheres negras de perfis variados, que mostrando suas aventuras nacionais e internacionais e a recém lançada agência Brafrica, que conecta viajantes a destinos ligados ao afroturismo.

 

É mores, parece que 2019 será o ano do afroturismo e quem vai jogar o corpo negro nesse mundo comigo?

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