Diante de tanta luta travada há tantas décadas pelos direitos dos homossexuais terem uma vida comum, como a de todas as outras pessoas, de se apaixonar, de casar, de terem filhos… parece que vivemos um momento de grande regressão. A Justiça Federal do Distrito Federal, em Brasília, permitiu que psicólogos possam tratar gays e lésbicas como doentes e, assim, serem submetidos a um tratamento de reversão sexual. Sim, porque a gente bem sabe que ser homossexual é uma escolha ~ só que não ~, mas é isso mesmo que está acontecendo.

Esse tipo de tratamento já é proibido por uma resolução de 1990, já que nesta época a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela OMS. Aliás, como demorou, hein? Agora, sobre a decisão da Justiça Federal, o Conselho Federal de Psicologia pretende recorrer.

Symmy Larrat, que é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), obviamente também não concorda com a decisão da Justiça e considera um erro muito grande querer determinar como o Conselho de Psicologia deve agir:

“Para nós, LGBT, esta decisão nos coloca de volta num cenário onde homossexuais eram tratados como doentes e torturados. Sabemos que há práticas de tortura psicológica e até exorcismos sendo cometidos contra jovens homossexuais e esta decisão reforça este tipo de situação. Infelizmente a homofobia está internalizada no Judiciário também, mas acreditamos que o Superior Tribunal Federal não permitirá que isso ocorra”, diz Larrat.

Os gays sofrem diariamente com a violência e o preconceito e o que eles menos precisam é de mais um motivo pra se preocupar com humilhações e mais um tipo de violência. Só nos primeiros 4 meses deste ano, o Brasil teve um aumento de 20% no número de agressões contra pessoas LGBT. No ano passado, foram 343, sendo destes 144 travestis e transexuais.

Em meio a tantas lutas por direitos, por representatividade, uma decisão como essa coloca abaixo tudo o que os gays têm conquistado. Queremos um país mais justo com representatividade, onde os gays possam viver livremente seus amores, sem precisar passar por tanto preconceito, menos ainda por um “tratamento de cura”. Não podemos nos calar, vamos continuar lutando para que essa decisão caia por terra porque todo mundo tem o direito de ser feliz como quiser!

 

 

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