Parecia só mais um dia normal. Mais um feriado. Dia dos futuros líderes da Nação. Dia de alegria. Dia de brincar. Dia de doce. Dia de sol. E que sol! Como em todo feriado, vieram os convites. Para lá ? Para cá ? Acolá ? Para onde irei ? Analisei os convites. Analisei as possibilidades. Analisei a reciprocidade que receberia. Analisei o quanto ofereceria a cada convite.

Costumo oferecer muitas coisas, porque gosto de receber muitas coisas. Me chega o último. No final de toda a análise. Faltava um. De quem será ? Não havia bilhete. Não havia remetente. Não havia autor. Apenas um destino. Um endereço. O meu destino. O meu endereço. Havia apenas uma voz dizendo: Dance comigo? Ótimo convite. Gosto de dançar. Gosto de pessoas que dançam. Gosto de ver pessoas que saibam dançar. Gosto de dança. Gosto de estar junto. Eu sou o oposto da desunião.

Eu gosto de estar tão junto, que gosto de estar dentro. Sempre dentro! Dentro da dança. Dentro dela. Dentro daquela que fez o convite. Joguei todos os primeiros convites fora. Os convites simples demais. Convites tranquilos demais. Os convites clichês demais. Os convites falsos demais. Os convites sem gosto e sem cheiro demais. Não é nada de mais, é que gosto de coisas que sejam demais. Os primeiros convites não tinham nada de mais. Apenas normais. Eram convites de menos. Não gosto de menos.  Nada de menos. Apesar do menos ser tão único e singular.

Gosto do todo e não do 'apenas isto'. Gosto de dançar e fui dançar. Dançar só por causa do contive. Que convite demais! O sol faria com que nossos corpos suassem entre si durante a dança. O vento sopraria os cabelos dela. O sorriso doce e belo seria uma obra de arte. Nossa dança seria mais que uma arte. A arte de dançar com tudo. Com tudo que temos e somos. A arte de dançar demais. Esqueça o menos. O menos que eu apenas queria, era o menos roupa dela. Menos vozes ao redor. Menos barulho alheio. Menos hostilidade e ignorância dos alheios ao redor que não conseguem enxergar a simplicidade da vida. A simplicidade da dança. A simplicidade de dançar com a vida. Queria menos tudo isso. Queria mais dela.

Mas, ainda não a havia encontrado. Esse era apenas meu pensamento antes de encontrá-la. Dane-se se ela não for linda. Dane-se se ela não souber o que falar. Dane-se se ela não está nas capas das revistas. Dane-se o sol quente. Dane-se. Só espero que ela saiba dançar. Que pareça uma bailarina. Mesmo que não tenha sapatilha. Mesmo que tenha vergonha. Mesmo que seja mais baixa que eu.

Bailarinas mesmo sem sapatilha, fora dos palcos, fora da dança, nunca são pessoas baixas. Digo, de auto-estima. Digo, de personalidade. Me apaixono pela capacidade delas sustentarem o peso de todo o corpo e também o equilíbrio de todo o corpo, apenas com as pontas dos dedos. É como virar o Everest de cabeça para baixo e sustentá-lo apenas com uma lasca de pedra. É muita coisa. É muito pesado. O senhor Everest sustentaria apenas um monte de pedra e cascalho que não serve para nada. Bailarinas, equilibram seus corpos, seus sentimentos, seus pensamentos, suas emoções, suas vidas, seus passados, presentes e futuros, tudo nas pontas dos dedos. Com pedras e cas

One thought on “Dança das águas

  1. Gennaro says:

    Vou casar em abril e gostaria de cceancoionfr meus prf3prios convites em modelos de tubos. ainda este meas de janeiro , por isso gostaria de saber como adquirir, pree7o, medida, pagamento e frete, je1 que sou de Rolim de Moura / Rondf4nia. Aguardo respostas breve, obrigada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *