Estes dias eu olhei seriamente para o espelho e dei uma boa analisada em mim. No meu corpo. Tava ali, tudo no lugar. Tudo bem vai, QUASE tudo. Sorri. Mas fiquei bem comigo mesma e isso é o que importa, né?  Encarei o espelho e dei foco no meu rosto. Fiquei séria. Sorri de novo e congelei o sorriso. Fiquei olhando para os detalhes do meu rosto e percebendo que ele estava com novos sinais de expressões.

Percebi que o tal do bigode chinês estava querendo marcar presença no território – quem convidou?  – e que meu rosto, aliás, meu corpo  já não gritava mais COLÁGENO, como antigamente.  Corri pro armário do banheiro – precisava de uma máscara intensiva e um creme para área dos olhos. Me lambuzei de cremes e fiquei ali – aguardando os minutos para o tal agir.

Lavei o rosto e bingo! Estava i-gual-zi-nha! Nada tinha mudado. (não ria, por favor).
Então entendi tudo o que estava acontecendo: o tempo havia se lembrado de mim e resolveu mandar a flacidez me visitar – que sacanagem!  Comecei a bolar meu Plano de ação para depois de algumas constatações perceber que eu já estava fazendo o que poderia ser feito: me alimentando bem, com saladas, legumes e grelhados. Comendo frutas. Correndo 5km – três vezes por semana e procurando evitar o estresse (este último eu confesso, não me contenho muito), mas vamos lá, vai: eu estava fazendo praticamente tudo o que manda o figurino, minha gente!

Então percebi que teria de começar a lidar com o fato de que meu corpo, apesar de estar em boa forma, estava mudando –  e eu amadurecendo. Isso é fascinante e ao mesmo tempo assustador. Num mundo em que colocam garotas de 14 anos para desfilar nas passarelas e ilustrar campanhas de cremes anti-idade, não te parece uma boa ideia envelhecer, né?  E esta sensação de fascínio e pânico não é privilégio meu, todas as mulheres passam por isso, já passaram ou irão passar. É inevitável. E que bom que não estou sozinha nesta! UFA!rs

Estes dias estava trocando ideias com umas amigas e falando sobre um creme incrível que experimentei numa loja de beleza e que prometia fazer milagres. Todas pararam de falar ao mesmo tempo – como sempre fazemos em nossos almoços –  esbugalharam os olhos, atentas à minha descoberta e experiência e depois de alguns minutos de explicação sobre o efeito do dermocosmético – PUTZ –  percebemos que tínhamos mais uma coisa em comum: A FALTA DE COLÁGENO! Gargalhadas sem fim. Tensão no ar. Desabafos.  Troca de receitinhas e fórmulas “milagrosas”. Mas uma coisa bacana de toda esta troca foi que todas estavam superbem resolvidas e de bem com si mesmas. É incrível perceber como nossa relação com o corpo pode ser ou não o nosso calvário e como depende de nossa autoestima e de algumas decisões no dia-a-dia para nos sentirmos bem com a gente mesma, independente da forma, da mídia, mas do conteúdo, do bem estar bem.

Envelhecer pode ser libertador quando a gente descobre que nem só de colágeno vive uma mulher, mas de toda a história que ela escreve a cada dia. De suas causas e conquistas.

Sabe, pode ser que a nossa bunda caia de vez daqui uns anos, que nossos seios já não estejam mais no lugar e provavelmente não estarão. Pode ser que a gente se renda a umas aplicações de botox quando estiver chegando aos 50, ou não. Mas o mais importante é saber que estamos preparadas para estas mudanças e sobretudo, certas de quem nós somos. A vida é bem mais que colágeno, então não se preocupe se as expressões começarem a aparecer ou se a sua bunda não estiver tão dura como você gostaria.
Se preocupe em estar bem com você mesma e vai ver que, no final das contas, isso nunca foi tão importante assim.

 

Foto destaque: Luciana Morassi

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