A pesquisadora da Área Técnica de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, enfermeira Marisa Ferreira Lima, alega que as mulheres são prejudicadas no trabalho, pois os ambientes são desenvolvidos baseados em pesquisas que avaliam só homens.

“Levantamentos bibliográficos de pesquisas em saúde ocupacional mostram que não existe um estudo específico com mulheres, as amostragens englobam apenas homens. E, quando são identificados problemas no ambiente de trabalho envolvendo as trabalhadoras, evidências baseadas na população masculina dão o norte para sua solução. Como beneficiar a classe feminina dessa forma?”, questiona Marisa.

Ela usa análises feitas em dois documentos, “Mulher, Saúde e Trabalho no Brasil: desafios para um novo agir” e “Referencial de análise para a estudo da relação trabalho, mulher e saúde”, para ilustrar suas afirmações.

A profissional ainda completa que questões simples, como a distribuição de móveis no trabalho, precisam levar em consideração as questões físicas e fisiológicas da mulher. “Por exemplo, a população masculina tem média de altura maior que a feminina, influenciado na altura de bancadas que, se instaladas incorretamente podem trazer problemas ergonômicos, como lesões por movimentos repetitivos”, explica.

 

 

“Além da ergonomia, toda questão fisiológica, que vai desde o ciclo menstrual à menopausa, passando pela gravidez, precisam ser levados em conta pelas empresas. Mas, infelizmente, esses pontos não são tocados, por causa de pesquisas laborais excludentes. Mais uma prova de como a mulher é discriminada no País”, finaliza.

Parece que somos sempre deixadas de lado não é mesmo? Inclusive quando se fala de ergonomia no ambiente de trabalho. Como considerar apenas homens como parâmetro se hoje, nós, mulheres, movimentamos mais de 85% da economia do país? temos 85% do poder de compra? Por que não somos ouvidas? Por que não somos levadas em conta? Isso nos prejudica quando temos lesões posturais ou de repetição. Isso pode nos prejudicar quando estamos gestantes, isto nos prejudica.

Está mais do que na hora de inserir as mulheres nessas discussões, nessas pesquisas na hora de desenvolver um ambiente propício aos profissionais de uma empresa. Há a necessidade de pensar em um espaço diverso, que possa atender a diversas necessidades, de homens, mulheres e deficientes.

 

 

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