Duas empreendedoras contam porque ter uma rede de apoio é essencial.

Você pensa que a realização de planos depende só do seu esforço? Pense de novo. É verdade que você pode trazer a ideia, a fagulha criativa e ser a força motivadora de todo um projeto. Mas vai precisar confiar em muita gente para levantar o seu projeto, seja ele qual for. Por isso, o ativo “pessoas” faz tanta diferença na sua vida.

 

Rede de apoio é o nome daquele grupo de pessoas com quem você sabe que pode contar. É bem provável que você já tenha essa rede de apoio pessoal, familiar ou profissional, mesmo que não dê esse nome. E é bem provável que você já faça parte da rede de apoio de alguém – afinal, essa relação é sempre uma troca.

 

“Minha rede de apoio são as pessoas para quem posso pedir: me ajuda aqui a desenhar melhor essa proposta? Será que tô cobrando o valor que deveria? É pra quem peço: lê meu texto, me ajuda a melhorar? Ou que me dá indicação de profissionais quando preciso,” conta Daniela Arrais, jornalista e sócia da @contente.vc, a maior plataforma do Brasil por uma vida digital consciente.

 

“Minha rede profissional me traz novos olhares, vários insights que eu ainda não tinha me dado conta – além, claro, de ouvir reclamação e angústia e também as alegrias por cada conquista.”

 

Daniela destaca que não é só no profissional que a rede de apoio existe. No âmbito pessoal é importantíssimo saber com quem contar, quem está do seu lado. “Tenho uma rede afetiva de amigos que viraram família. Aqueles amigos que são como um casamento: na alegria e na tristeza, na diversão e no perrengue. A quem peço conselho, divido o dia a dia, comento notícias e aprendo a partir dos saberes e das vivências de cada um. São os que me acolhem, os que eu acolho.”

 

Para Carol Sander, educadora financeira e criadora da plataforma Finanças Femininas, sem uma rede de apoio seria impossível seguir. “O apoio mais prático vem do meu marido, da minha família e de uma funcionária, pra conseguir dar conta da casa e do cuidado com a minha filha, que é essencial,” conta. Mas não para por aí: “Tenho uma rede de apoio profissional, amigas, mentoras e colegas. Homens também, mas principalmente mulheres. São pessoas com quem consigo pesar decisões relevantes, discutir, buscar soluções alternativas, que me ajudam a lidar com desafios profissionais. Muitas vezes, quando surge um desafio ou projeto diferente, não consigo tomar uma decisão sozinha. O que sinto é que fico muito enviesada nas minhas próprias opiniões, então é bom ouvir quem vai ajudar a pensar isso uma forma diferente.”

 

 

Daniela, que também atua como freelancer e consultora para diferentes agências e marcas, dá um exemplo prático:

 

 

“Outro dia me pediram uma proposta para um trabalho. O valor era de 5x. Montei um escopo, defini as entregas, tudo bem explicado. A agência quis fechar o trabalho por x, em vez dos 5x. Conversando com essa amiga, ela me relembrou como é praxe de muitos locais de trabalho fazerem isso e me lembrou do valor do que construí, da profundidade da minha entrega, de como naquele momento o problema não era meu.”

 

 

E para quem ainda não vê com clareza sua rede, qual o conselho? Para Daniela, o essencial é ter uma rede de apoio sincera. “Não só a que te enaltece e diz que tudo que você faz é maravilhoso, mas principalmente aquela que aponta onde você pode melhorar, que ouve suas lamentações, que te ajuda quando você precisa dar conta de um desafio maior do que você estava acostumada, ou que você acha que não dá conta.” E destaca a importância de ser essa pessoa também para quem te procura: “Esteja sempre disponível para quem te ajuda a crescer.”

 

 

Carol concorda: “Olhe ao seu redor. Quem são as suas amigas em quem você confia? Quem são as pessoas que podem te ajudar a pensar junto? Quem são as pessoas do seu mercado que você já conhece e podem te apoiar nesse sentido? Quem são as pessoas com quem você gostaria de aprender?” Lembrando do próprio começo, há quase dez anos, ela conta que foi muito ativa nesse sentido. “Quando eu fui criar o Finanças Femininas o que eu fazia era buscar as pessoas com quem eu gostaria de aprender, mandava mensagem no LinkedIn (hoje em dia dá pra mandar um direct!) e pedia pra conversar. Aos poucos, fui conhecendo quem conhecia outras pessoas, pedindo apresentações. Tem que ser ativa para construir essa rede. A minha sócia chegou dessa forma – ela começou como uma pessoa para quem eu pedia conselhos, se tornou uma mentora, se tornou uma amiga e por fim se tornou uma sócia. Tudo isso acontece aos poucos e naturalmente.”

 

Carol lembra também que é preciso ter os pés firmes no chão: “É fundamental a gente desconstruir esse mito da mulher maravilha, super-heroína que dá conta de tudo.” Afinal, ninguém dá conta de tudo sozinha. “É simples, né? Rede de apoio é isso. É dia a dia, é alicerce,” finaliza Dani.

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